quinta-feira, 9 de abril de 2009

Fábulas de La Fontaine (A Cigarra e a Formiga)

A Cigarra e a Formiga

Tendo a cigarra em cantigas

Folgado todo o verão,

Achou-se em penúria extrema

Na tormentosa estação.



Não lhe restando migalha

Que trincasse, a tagarela

Foi valer-se da formiga,

Que morava perto dela.

Rogou-lhe que lhe emprestasse,

Pois tinha riqueza e brio,

Algum grão com que manter-se

Até voltar o aceso Estio.


«Amiga», diz a cigarra,

«Prometo, à fé de animal,

Pagar-vos antes de Agosto

Os juros e o principal.»


A formiga nunca empresta,

Nunca dá, por isso junta.

«No Verão em que lidavas?»



Responde a outra: «Eu cantava

Noite e dia, a toda a hora.»

«Oh, bravo!», torna a formiga.

«Cantavas? Pois dança agora!


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