
Há muito, muito tempo atrás, numa zona que é hoje conhecida como boca do Inferno, existia um castelo onde habitava um homem de aspecto rude e feroz, que segundo dizem se dedicava à feitiçaria. Certo dia esse homem decidiu casar-se com a mulher mais bela das redondezas, para isso consultou a sua lâmina de cristal de rocha para saber em que casa deveria procura-la.
Logo após descobrir onde se encontrava, enviou os seus Cavaleiros com ordens para a trazerem a sua presença.
Quando os seus cavaleiros voltaram ficou estupefacto. Pois a jovem era ainda mais bela do que imaginara. Ficando, tão ciumento, mas tão ciumento que decidiu escondê-la para preservar o seu amor.
Fechou a sua jovem mulher numa torre alta e solitária e escolheu para guardião o seu cavaleiro mais dedicado e fiel. A jovem no alto da torre sentia-se tão só quanto o seu guardião. Eles tinham por única companhia o mar e as suas marés. Mas certo dia, a curiosidade do cavaleiro falou mais alto. Quem seria aquela mulher encerrada na torre há já tanto tempo? Como seria? Pegou na chave e decidiu subir. Junto à porta o cavaleiro parou para recuperar o fôlego e coragem. Quando abriu a porta ficou espantado com tamanha beleza, a sua prisioneira era a mulher mais bela que tinha visto até então.
A partir daquele dia partilharam os seus momentos de solidão, nascendo, assim, um grande amor entre os dois. Decidiram fugir juntos, esquecendo-se que através da sua magia, o feiticeiro sabia de tudo. Montaram no cavalo branco do cavaleiro e cavalgaram pelos rochedos junto ao mar.
Enquanto isso, no castelo, cheio de raiva e ciúmes, o feiticeiro criou uma tempestade assustadora que fez com que os rochedos, por onde os dois amantes caminhavam, se abrissem como se fossem uma grande boca infernal. O cavalo, o cavaleiro e sua amada foram engolidos pelas águas, tendo desaparecido para sempre.
O buraco até hoje nunca mais se fechou e o povo começou a chamar-lhe Boca do Inferno.
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